
Após a confirmação, GLOBO RURAL perguntou, no Facebook, se a negociação pode ser prejudicial para os produtores. Até a elaboração desta nota, a maioria respondeu que “sim”. “Quanto mais concentrado, qualquer mercado se torna prejudicial ao consumidor”, comentou o leitor Júlio Storion de Oliveira.
É também o que pensa Rui Prado, presidente do Sistema Famato. “Com certeza não é ideal que haja concentração nas empresas fornecedoras dos produtores rurais. Olhamos com certo receio essa concentração de duas gigantes como Bayer e Monsanto. Isso vai na linha do monopólio”, disse. Para o executivo, o principal impacto deve ser no bolso do agricultor. “Imagino que coisas desse tipo vão aumentar o preço dos insumos que o produtor vai comprar. Isso não tenho dúvida alguma. A história e o mercado nos mostram isso”.
Já Marcos da Rosa, presidente da Aprosoja Brasil, acredita que ainda é muito cedo para avaliar os impactos. “Todos os procedimentos legais levam tempo até realmente fundir. As empresas vão continuar com a diretoria, então até o negocio até consolidar, não dá apra avaliar os impactos. Ainda não se sabe a estratégia da Bayer. Quando ela tiver uma a empresa deve vir conversar conosco”, diz. Sobre os preços, ele reconhece que a fusão deixa a concorrência global menor, mas que é preciso “ver as estratégias da Bayer” antes de fazer alguma análise.
O presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), José Américo Pierre Rodrigues, acredita que a união das duas empresas deve fortalecer o produtor rural, assim como outras negociações de grande porte. “Nesse caso especifico são duas empresas líderes: a Monsanto em sementes e transgênicos, e a Bayer em proteção pra cultivo. Elas vão ganhar escala ainda maior, e também agregar conhecimento dos dois lados, tem uma sinergia grande. Estou com uma expectativa otimista”, diz.